A sigla significa Internationally Transferred Mitigation Outcomes (Resultados de Mitigação Transferidos Internacionalmente).
São as “unidades” de carbono negociadas entre países no âmbito do Artigo 6.2 do Acordo de Paris.
Funcionam como uma moeda climática: um país que reduz emissões além da sua meta pode transferir esse excedente para outro país que não conseguiu cumprir a sua.
Cada ITMO representa uma redução ou remoção certificada de gases de efeito estufa que pode ser contabilizada no inventário nacional de emissões de quem o adquire.
Diferem dos créditos voluntários, porque os ITMOs entram no balanço oficial dos países (Nationally Determined Contributions – NDCs).
Aspecto
ITMOs (Internationally Transferred Mitigation Outcomes)
Créditos Voluntários de Carbono
Origem
Criados no Artigo 6.2 do Acordo de Paris (UNFCCC)
Projetos voluntários certificados por padrões privados (Verra, Gold Standard, etc.)
Natureza
Soberanos – usados por países para cumprir suas NDCs (metas climáticas nacionais)
Privados – usados por empresas e indivíduos para compensar emissões
Validade jurídica
Reconhecidos no sistema internacional da ONU (contabilizados oficialmente)
Reconhecidos em mercados voluntários, não contam para NDCs dos países
Contabilização
Requer ajuste correspondente: o país vendedor desconta do seu inventário para que o país comprador registre em sua NDC (evita dupla contagem)
Não exigem ajuste correspondente, pois não entram nos inventários nacionais
Transparência
Relatados à UNFCCC e monitorados por registros nacionais/ internacionais
Registrados em plataformas privadas de créditos (Verra, Gold Standard, etc.)
Exemplo de uso
O Chile vende ITMOs ao Japão; o Japão usa para cumprir sua meta climática oficial
Uma empresa aérea compra créditos voluntários de reflorestamento para neutralizar sua pegada de carbono
Preço médio
Tendem a ser mais caros, pois têm valor soberano e exigem processos diplomáticos e regulatórios
Geralmente mais baratos, variando muito conforme o tipo de projeto e a certificadora